domingo, 28 de março de 2010
daddy's flown across the ocean leaving just a memory ♫
talvez escrever por amor, talvez escrever por saudade, talvez escrever para não esquecer. escrever para sempre ter como lembrar. lembrar da voz forte, firme, amiga; lembrar do jeito simpático e bondoso; lembrar das entradas avançadas, apesar da não tão avançada idade; lembrar do jeito único de apertar a boca; lembrar do cheiro que passou de insuportável à conforto, depois de um longo dia de trabalho; lembrar do sorriso a cada fim de semana na praia. porque eu tenho medo de um dia não conseguir contar como ele era nos detalhes e nas coisas mais simples, porque não existe momentos específicos. ficam pedaços que poderiam servir para qualquer momento. ficaram porque poderiam servir para o agora. ficou a dúvida de como seria hoje, se lembranças e flashes se transformassem em presença. ficou a saudade por não ter a mola no fundo do poço, ou o abraço nas noites de sábado em frente a tv, ou a risada pelos 5 minutos de "vacão". ficou a raiva pela injustiça cometida, pela brincadeira de mal gosto, pelo não entendimento de um coração. ficou a esperança de uma buzina apertada, um telefonema atendido, uma prece escutada. ficou a certeza de uma dor assassina, uma garganta apertada, um sentimento maior que o amor, recebido e doado, e, de um dia, a volta.
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